Tuíre Kayapó, Nascida em 1970, na aldeia  Kokrajmoro, localizada na margem direita do rio Xingu, foi uma liderança indígena que dedicou sua vida ao ativismo  indígena e socioambiental. 

Tuíre foi responsável por um dos acontecimentos de resistência mais marcantes da nossa história. Em 1989, em Altamira, no sudoeste do estado do Pará, ocorreu I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, que reivindicava a participação dos povos indígenas nas tomadas de decisões sob seus territórios, que afetavam diretamente suas vidas. Na ocasião, as luta travada era contra a construção da usina hidrelétrica que desterritorializaria seu povo das terras ancestrais, onde a história estava inscrita nas veredas da floresta, no rio, nos lugares onde aconteciam os rituais na terra que abrigava os que ancetralizaram … Assim, o território é muito mais que apenas terra. São as relações e afetos construídos junto à terra.

A usina ameaçava seu povo e Tuíre manifestou a resistência a esse projeto de espropriação colocando um facão/terçado no rosto de José Antônio Muniz, engenheiro responsável pelo empreendimento. Em sua fala:  “A eletricidade não vai nos dar a nossa comida. Precisamos que nossos rios fluam livremente. O nosso futuro depende disso. Nós não precisamos de sua represa". 

Em 10 de agosto de 2024, Tuíre ancestralizou. Mas em seu legado de luta, Tuíre foi responsável por adiar por 10 anos a construção da usina. A depois nomeada Usina Hidrelétrica de Belo Monte, se consolidou, assim como tantos outros projetos que rasgam, alagam e comem a terra da amazônia e de outras regiões do país. No discurso: Em prol do desenvolvimento, mas em detrimento dos sujeitos e sujeitas que resistem a esses projetos predatórios.