De 5 a 8 de setembro, Belém vai sediar o VII Encontro Nacional do Mulherio das Letras, que vai reunir mulheres diretamente envolvidas na produção literária, vindas de todo o país. O objetivo é contribuir para a democratização da produção e divulgação literárias, prezando pela diversidade e pela luta coletiva por visibilidade de escritoras. O encontro acontece na Universidade Federal do Pará (UFPA) e na Universidade da Amazônia (UNAMA), Campus BR.

 A programação vai contar com lançamentos de livros, mesas-redondas, painéis, rodas de conversa, oficinas e Feira de Livros, Artesanato e Gastronomia. Nos dias 5 e 6 de setembro, o encontro acontece no Auditório e nas salas do Prédio do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da UFPA. Nesses dias haverá mesas-redondas, painéis, rodas de conversa e oficinas, além do Luau Ecoadas, na Capela Ecumênica da UFPA. No dia 7, a programação será na Unama BR e conta com lançamentos de livros e apresentações culturais, como saraus, performances e intervenção poética. No dia 8, o evento encerra na Churrascaria Boi D’ouro, da Augusto Montenegro, onde haverá reunião de avaliação, eleição da cidade sede de 2025, sarau poético e almoço de confraternização. Além da vasta programação, o Encontro vai destacar a atuação de quatro escritoras paraenses, que serão as mulherageadas do evento. 

O autor do Odivelismo produziu quatro obras sobre ancestralidade indígena

O prédio que abriga o Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (PPGL/UFPA), também se configura agora em um espaço onde pulsa a ancestralidade indígena. Os murais externos Manto Tupinambá e Território Mairi, a já inaugurada Sala Verônica Tembé, no térreo, e o mural Jacei Tatá Tupinambá (Céu Tupinambá), no primeiro andar do PPGL, foram pintados, ao longo do primeiro semestre, pelo artista paraense And Santtos. A inauguração dos murais ocorrerá no próximo dia 30, às 16h.

Para a coordenadora do PPGL e do Grupo de Estudo Mediações, Discursos e Sociedades Amazônicas (GEDAI), Ivânia dos Santos Neves, é uma oportunidade de pluralizar ainda mais a universidade, que há bem pouco tempo, com o início da política de cotas, possibilitou a entrada de indígenas. “Aqui no PPGL a presença indígena é visibilizada de forma múltipla, tanto politica como esteticamente. Das nossas linhas de pesquisa às nossas paredes, temos compromisso com os povos indígenas da Amazônia. Para nós, é uma felicidade trazer a ancestralidade indígena, por meio da arte, no espaço da Universidade, onde há pouco tempo não se falava sobre práticas culturais e saberes dos povos originários. No PPGL só em 2020 estabelecemos as cotas, a presença das nossas doutorandas indígenas, Márcia Kambeba e Jucicleide Pereira (Whapichana), nos abre a oportunidade para pensar sobre a presença dos saberes indígenas dentro da nossa universidade”, avalia.

And Santtos e o Odivelismo

O artista visual And Santtos é autodidata, nascido no município de São Caetano de Odivelas, no Pará. Teve sua infância à beira do Mojuim, rio que banha sua cidade natal, onde passou maior parte de sua adolescência produzindo, abrindo letras em canoas e barcos. Mas iniciou seu interesse pela arte, quando começou a usar as trinchas, sprays, tintas e pincéis, em telas, painéis, fachadas de comércios, barcos de pesca, cenários e muros urbanos, identificando suas próprias técnicas e linguagem.

Podem participar da seleção alunos do Campus Belém, cursando a partir do segundo semestre e regularmente matriculados nos seguintes cursos de graduação: Comunicação Social - Habilitação Jornalismo/Publicidade e Propaganda, Artes Visuais, Cinema e Audiovisual, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Ciência da Computação ou Engenharia da Computação e TelecomunicaçõesA oferta é para o preenchimento de 01 (uma) para atuar na Secretaria do PPGL/UFPA. O valor da bolsa é de R$ 787,98 + R$ 220,00 (auxílio-transporte), totalizando R$ 1.007,98

 

Inscrições e Seleção – As inscrições ocorrerão no período de 20 a 27 de agosto de 2024. Os(as) interessados(as) deverão encaminhar currículo Vitae ou Lattes e atestado de matrícula (SIGAA) para o e-mail: seleçãEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com assunto “Seleção de Bolsista – PPGL/UFPA” até o dia 27/08terça-feira. Os candidatos selecionados na etapa de análise de currículo serão contatados via e-mail para o agendamento da entrevista.

  

Requisitos – estar cursando a partir do segundo semestre (obrigatório);  conhecimentos em informática (obrigatório); conhecimentos em redação oficial (obrigatório); não ser bolsista em projetos de pesquisa ou extensão e não ter vínculo empregatício de qualquer natureza (obrigatório); ter disponibilidade para dedicar 20h semanais ao estágio (obrigatório);   conhecimento em ferramentas digitais para sites, mídias sociais, videoconferências e reuniões (desejável); conhecimento em ferramentas de criação gráfica, edição de imagem e vídeo, como o Canva (desejável)  conhecimento em técnicas administrativas e procedimentos afins (desejável).

 

 

 

 

Tuíre Kayapó, Nascida em 1970, na aldeia  Kokrajmoro, localizada na margem direita do rio Xingu, foi uma liderança indígena que dedicou sua vida ao ativismo  indígena e socioambiental. 

Tuíre foi responsável por um dos acontecimentos de resistência mais marcantes da nossa história. Em 1989, em Altamira, no sudoeste do estado do Pará, ocorreu I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, que reivindicava a participação dos povos indígenas nas tomadas de decisões sob seus territórios, que afetavam diretamente suas vidas. Na ocasião, as luta travada era contra a construção da usina hidrelétrica que desterritorializaria seu povo das terras ancestrais, onde a história estava inscrita nas veredas da floresta, no rio, nos lugares onde aconteciam os rituais na terra que abrigava os que ancetralizaram … Assim, o território é muito mais que apenas terra. São as relações e afetos construídos junto à terra.